Perguntem a um escritor se prefere relatar uma cena de sexo ou fazer a espargata e ficarão surpreendidos com a vitória esmagadora da segunda hipótese. Como dizia uma conhecida, à qual perdi o norte, são poucos os bons praticantes de sexo; narradores, então, contam-se pelos dedos.
Mas Auster, que se aproxima dos 64 anos com grande vigor literário e que ganhou fama a explorar a música do acaso, nome com que baptizou um dos seus livros, para mim, parece ter ultrapassado esse misto de pudor, medo do ridículo e respeitinho à família – não se riam, há homens de barba rija que evitam escrever obscenidades com medo de que os pais e os filhos as leiam. Eu percebo-os. Não é toda a gente que se atira ao vernáculo com a coragem de um Bocage. Mulheres, então, nossa senhora! Maria Teresa Horta disse, uma vez, em entrevista, que atribuía ao erotismo da sua prosa muitos dos anticorpos que foi ganhando ao longo da vida.
Para lerem o artigo completo de Dulce Garcia, publicado na GQ, basta clicar na imagem.
O escritor norte-americano Paul Auster foi nomeado pelo segundo ano consecutivo para o International IMPAC Dublin Literary Award, desta feita com Invisível , anunciou hoje fonte do galardão.
Na lista da edição de 2011 do prémio, composta por 162 títulos, figuram também nomes como Philippe Claudel (com O Relatório de Brodeck, publicado pela ASA em 2009 e vencedor do Independent Foreign Fiction Prize 2010), Amos Oz, autor da ASA (com Rhyming Life and Death), e Tommy Wieringa (com Joe Speedboat, que será publicado pela ASA em 2011).
Este galardão nasceu de uma iniciativa entre a Câmara Municipal de Dublin e a empresa IMPAC para a criação de um concurso anual de âmbito internacional com o objectivo de promover a literatura de qualidade e de fomentar a tradução de livros, elegendo anualmente um trabalho de reconhecido mérito literário, com a colaboração de bibliotecas de todo o mundo.
O prémio tem um valor de 100 mil euros, sendo que os dez finalistas serão anunciados no dia 12 de Abril de 2011 e o vencedor no dia 15 de Junho de 2011.
Entre os seus vencedores contam-se nomes como Hertha Müller, Michel Houellebecq, Orhan Pamuk, Colm Tóibín, Michael Thomas e Gerbrand Bakker, em 2010.
Mais informações sobre o International IMPAC Dublin Literary Award 2011 em www.impacdublinaward.ie.
Os críticos do Expresso Vítor Quelhas e José Guardado Moreira escolheram, respectivamente, Invisível, de Paul Auster, e Elegia para um Americano, de Siri Hustvedt, como os melhores livros de 2009.
Podem consultar a lista completa aqui.
Lista completa:
10. No Coração de África, de William Boyd
9. As Confissões de Nat Turner, de William Styron
8. O Tigre Branco, de Aravind Adiga
7. Love, de Toni Morrison
6. Invisível, de Paul Auster
5. Caim, de José Saramago
4. London Fields, de Martin Amis
3. Eu Sou a Charlotte Simmons, de Tom Wolfe
2. Ofício Cantante – Poesia Completa, de Herberto Helder
1. A Vida em Surdina, de David Lodge
Podem conferir a cobertura dos principais órgãos de comunicação social da entrega do Prémio Leteo a Paul Auster, ontem, na cidade de León, em Espanha, em baixo:
El Mundo (entrevista)
El Periódico (entrevista)
Nunca sabemos ao certo onde Paul Auster nos vai levar, e é essa a emoção e o prazer de ler Invisível, o relato de um jovem nos anos 60 que se envolve numa relação com um estranho mas estimulante casal que conhece numa festa e que vai mudar o curso da sua vida. Uma história surpreendente e por vezes perturbadora que atravessa quatro décadas e três continentes.
Podem consultar a lista completa dos melhores do ano aqui e recordar a crítica do The Seattle Times a Invisível, de Paul Auster, aqui.
Quem estamos a ouvir? Quem está a contar a história?
Tal como em grande parte das obras anteriores do autor, Invisível não nos fornece nenhuma resposta clara. Isto vai sem dúvida enervar os críticos de Auster. Mas os seus admiradores vão ficar encantados.
Pode ler a crítica do The Toronto Star, publicada no dia 20 de Dezembro, a Invisível, de Paul Auster, aqui.
Paul Auster explora a sombria, perigosa e enlouquecedora terra do nunca entre o que sabemos sobre nós próprios e os outros e o que ansiamos por saber, que é invisível para nós. Na ausência de tal conhecimento, contamos histórias que podem ou não ser verdade mas que afectam as nossas vidas de qualquer das formas.
Pode ler a crítica do The Boston Globe, publicada no dia 12 de Dezembro, a Invisível, de Paul Auster, aqui.
É admirável o jogo que Paul Auster é capaz de sacar de um universo bastante reduzido como o seu, para o qual conta com o recurso da sua formação literária, as suas manhas metanarrativas e o magistério de Dom Quixote.
Pode ler a crítica do El Cultural, publicada no dia 4 de Dezembro, a Invisível, de Paul Auster, aqui.