“Há seis dias, um homem foi morto por uma explosão na berma de uma estrada algures no Norte do Wisconsin.”
Esse homem é Benjamin Sachs, escritor de talento reconhecido e autor da bomba que o vitimou. O que o levou a tornar-se bombista? Peter Aaron, amigo de longa data, vai tentar responder a esta pergunta numa história escrita em jeito de biografia, de resposta antecipada ao inquérito do FBI e à voracidade dos media. Peter embarca numa incrível viagem ao âmago da existência de Benjamin, e o que resulta é um olhar penetrante sobre a vida de um homem excêntrico, altamente dotado e complexo, e a fascinante história do seu legado.
Uma narrativa envolvente e intrincada, que serpenteia através de quinze anos de uma relação intensa marcada pela paixão política e pela sedução sexual. Ao tentar reconstituir o caminho de Sachs, Peter também busca um sentido para a sua vida. Mas as surpresas sucedem-se. Tudo pode acontecer. E, invariavelmente, acontece.
Introspectivo e pleno de suspense, Leviathan é um inesquecível estudo sobre as relações humanas e a ruptura provocada pelos inesperados actos de violência da vida quotidiana.
“Uma prosa soberba e uma visão do mundo muito especial.”
Expresso
Paul Auster fala de Invisível, das influências na sua obra, sobre a forma como os livros são escritos, da sua juventude e de Sunset Park, o romance que entregou esta semana ao seu editor americano, numa entrevista publicada hoje pelo The Independent.
Para ler aqui.
Foi recentemente publicado no México uma análise da obra narrativa e ensaística de Paul Auster, da autoria da escritora Ivonne Saed, intitulada Paul Auster: autoría, distopía y textualidad.
Segundo a autora, a obra de Paul Auster centra-se em três aspectos: o conceito de autoria e a sua relação com a solidão; a distopia da esperança e a utopia ultrapassada; e a cidade como metáfora do Génesis e elemento indispensável da narrativa de Auster.
Para abordar estes temas, Ivonne Saed examinou principalmente os três romances que, em seu entender, melhor englobam as preocupações do autor com o presente.
Em Inventar a Solidão, Auster parte de uma fotografia para desconstruir a memória e o duelo perante a morte por intermédio da reescrita do eu.
E, finalmente, Cidade de Vidro, na qual pega no mito babilónico para falar de memória e do duelo como geradores de vida, assim como desse grande texto por decifrar que é a cidade como conceito.
Uma constante da narrativa de Auster é o facto de, desde as primeiras linhas, o leitor ficar entrelaçado num enredo que, no entanto, ainda está por contar. E com algumas palavras, antecipa um desenlace.
Ivonne Saed tem vindo a realçar, desde há alguns anos, em artigos publicados no México, que a premissa fundamental do trabalho criativo de Paul Auster se pode resumir a uma frase que o próprio escreveu quando tinha dezanove anos: “The world is in my head. My body is in the world.”
A obra de ficção de Paul Auster não pode ser estudada sem se analisar pormenorizadamente os seus ensaios, escritos segundo as mesmas chaves narrativas dos seus romances: Homem na Escuridão, Leviathan, A Música do Acaso, Mr. Vertigo e A Noite do Oráculo, entre outros.
Para o escritor norte-americano, escrever é um exercício necessário para unir os fios de coincidências que inundam o quotidiano. A sua condição de autor não pode ser separada da do ser humano comum.
As suas obsessões literárias andam à volta do acaso, da memória, Nova Iorque como cidade babilónica, mas também da necessidade de comer para escrever e escrever para comer.
(Texto escrito a partir de um artigo publicado no El Universal)
Escritor, argumentista, tradutor, ensaísta, realizador, marinheiro, inventor de um curioso jogo de cartas e muito mais, Paul Auster é considerado um nome cimeiro da literatura dos nossos dias. Nascido em 1947 em Newark, frequentou a Universidade de Columbia e residiu durante quatro anos em França, antes de se radicar em Nova Iorque, onde vive com a mulher, Siri Hustvedt. Distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura 2006, Paul Auster foi nomeado Comendador da Ordem das Artes e das Letras de França em 2007. Em 1993 a sua obra Leviathan recebeu o Prémio Médicis para o melhor romance estrangeiro. As Loucuras de Brooklyn recebeu em 2006 o Prémio Qué Leer dos Leitores para o melhor romance estrangeiro, distinção também dada a A Noite do Oráculo em 2004. Palácio da Lua foi eleito o melhor livro da década de 1990 pela Lire. Em 2009 recebeu o Prémio Leteo em Espanha. Em 2012, foi distinguido com o NYC Literary Honor na categoria Ficção. A sua obra encontra-se traduzida em quarenta e uma línguas.