A Lakeshore Entertainment vai adaptar o romance Timbuktu, de Paul Auster, para o cinema, num filme realizado por Diane English.
A produtora foi a responsável por filmes como Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos, Fama, ou ABC da Sedução.
Timbuktu, que a ASA reeditou este ano, relata a história de um vagabundo e errático poeta de Brooklyn que parte em busca de uma antiga professora, juntamente com o seu leal cão Mr. Bones, para lhe confiar os seus cadernos de poemas e o fiel companheiro de longa data.
Do mesmo autor, também se encontra a ser transposto para o grande ecrã a obra No País das Últimas Coisas (que a ASA publica em Maio de 2010), pelo realizador argentino Alejandro Chomski.
Em Outubro deste ano, a ASA publica Invisível, o mais recente romance de Paul Auster, em simultâneo com a edição original.
Leia a crítica do Diário de Notícias sobre Timbuktu com um perfil sobre Paul Auster publicada em 2000 aqui.
“Páginas de uma beleza pungente e de uma particular argúcia sobre o estatuto humano nos dias de hoje e, em particular, sobre essa linha de demarcação, mais presente do que é costume imaginar, em que conflui o animal com o humano.”
Público
“Um livro magnífico, original, cheio de humor e de sentimento, onde imaginação e agilidade narrativa estão em perfeita harmonia. Faz-nos pensar sobre os porquês de certos hábitos e costumes, conseguindo ser simultaneamente enternecedor e divertido.”
O Independente
“Um romance com as quatro patas bem assentes no chão.”
Diário de Notícias
“Por alguma razão, Paul Auster é um dos mais importantes escritores da actual literatura norte-americana. Como poucos, sabe, desde o início, ‘agarrar’ o leitor, sem ter medo de o magoar. A abrir Timbuktu, um excelente primeiro parágrafo – suficientemente ambíguo, estranho e inquietante para o segurar desde o princípio.”
Visão
“Com uma escrita simples, acessível, e crua, mas sem por isso perder imaginação e brilho, Paul Auster deixa aos leitores mais um retrato da América, não a das oportunidades, mas a das oportunidades perdidas.”
O Comércio do Porto
“Auster tem aquele condão que caracteriza alguns raros dotados: o de saber como prender o leitor sem, para tanto, precisar de um enredo agitado.”
A Capital
“Num mundo em que muitas pessoas são tratadas como cães, Paul Auster conta-nos a história da vida de um cão. E, no final deste breve e extraordinário livro, ele leva-nos a pensar, sentir e até sonhar com o seu canino Mr. Bones.”
Salman Rushdie
“Auster, sempre surpreendente, enfeitiça-nos com um dos seus romances mais brilhantes e mais comoventes.”
Publishers Weekly
“Depois de lermos Timbuktu, deambulamos pelo mundo com os sentidos redespertados e uma outra consciência. Esta é a magia de Paul Auster.”
The Boston Globe
"Timbuktu é um livro magnífico, original, cheio de humor e sentimento, onde imaginação e habilidade narrativa estão em perfeita harmonia. Faz-nos pensar sobre o porquê de certos hábitos e costumes, conseguindo ser simultaneamente enternecedor e divertido."
Leia o resto da crítica de O Independente sobre Timbuktu publicada em 2000 aqui.
Mr. Bones sabia que Willy já não ia andar muito tempo neste mundo. A tosse não o largava havia mais de seis meses e agora é que ele já não tinha nem a mais remota hipótese de se ver livre dela. Lenta e inexoravelmente, sem nunca dar mostras de abrandar, a coisa ganhara uma vida própria, avançando de uma vaga farfalheira nos pulmões, cheia de muco, no dia 3 de Fevereiro, para as convulsões escarrentas e os arquejantes terramotos de monco e pus, no pino do Verão. Tudo isso já era suficientemente mau, mas, nas duas últimas semanas, infiltrara-se na música brônquica uma nova tonalidade – uma coisa tensa, silicosa, percussiva – e os ataques sucediam-se agora com tal frequência que eram quase constantes. Sempre que um desses ataques começava, Mr. Bones ficava quase à espera que o corpo de Willy explodisse à mercê daqueles paus de dinamite que rebentavam na sua caixa torácica. Imaginava que o sangue seria o próximo passo. Quando esse momento fatal finalmente chegou, na tarde de sábado, foi como se todos os anjos do céu tivessem aberto a boca e desatassem a cantar. Mr. Bones viu a coisa acontecer com os seus próprios olhos. Estava parado na berma da estrada entre Washington e Baltimore quando Willy escarrou dois ou três miseráveis coágulos de matéria vermelha para o seu lenço e, nesse preciso momento, nessa mesma berma, Mr. Bones ficou a saber que toda e qualquer réstia de esperança se havia esfumado. O cheiro da morte cravara-se
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Mr. Bones é um cão de raça indefinida, mas de grande inteligência. Desde cachorro tem vivido com William Gurevitch, um vagabundo, um poeta errante, um excêntrico sobrevivente das revoluções dos anos sessenta. Juntos percorreram a América e sobreviveram aos duros invernos de Brooklyn. Agora, em Baltimore, depara-se-lhes aquela que será talvez a última aventura: William, que pressente a chegada da morte, tem de encontrar uma antiga professora sua, para lhe confiar os seus cadernos de poemas e o seu leal companheiro de tantos anos…