Paul Auster abandonou a sua zona de conforto, entregando uma das suas mais estimulantes e imprevisíveis histórias até à data.
Podem ler a crítica da Time Out New York a Invisível, de Paul Auster, aqui.
Paul Auster fala sobre Invisível, a sua carreira e a sua família ao The Sunday Business Post, da Irlanda, numa entrevista publicada no domingo.
Para ler aqui.
Paul Auster fala, entre outras coisas, de Invisível, da sua obra e da razão por que começou a escrever, numa entrevista ao The Australian.
Para ler aqui.
Paul Auster continua a sua saga em busca de novas formas de contar histórias mas socorrendo-se sempre de parábolas, de dúvidas existenciais e, claro, de um estilo sólido. Este Invisível aproxima-se mais de uma novela convencional. Traz-nos a história de um poeta, Adam, que em 1967 conhece um casal francês (Margot e Rudolf) e as relações entre todos acabam por se tornar demasiado próximas. O choque frontal é, pois, esperado mas demolidor. No fundo, esta história que começa nos anos 60 é uma forma de Auster viajar nas décadas seguintes em busca da razão da raiva humana, que explode quando menos se espera. Os fãs de Auster têm aqui prazer garantido.
Crítica da autoria de Fernando Sobral a Invisível, de Paul Auster, publicada hoje, no suplemento Weekend, do Jornal de Negócios.
Paul Auster fala de Invisível, das influências na sua obra, sobre a forma como os livros são escritos, da sua juventude e de Sunset Park, o romance que entregou esta semana ao seu editor americano, numa entrevista publicada hoje pelo The Independent.
Para ler aqui.
Apertei-lhe a mão pela primeira vez na Primavera de 1967. Por essa altura, estava no segundo ano do meu curso na Columbia University e não passava de um rapaz ignorante que, para além de ter um apetite por livros, acreditava ou alimentava a ilusão de que, um dia, os seus escritos possuiriam qualidade suficiente para que pudesse intitular-se poeta, e, como lia poesia, tivera já oportunidade de conhecer o homónimo do indivíduo a quem acabava de apertar a mão, um homem que se arrastava ao longo dos últimos versos do vigésimo oitavo canto do Inferno. Bertran de Born, o poeta provençal do século XII, que leva numa mão a sua cabeça decepada, pegando nela pelos cabelos, e a faz balouçar como se fora uma lanterna – seguramente uma das imagens mais grotescas nesse catálogo de alucinações e tormentos em forma de livro. Dante era um acérrimo defensor da obra de Bertran de Born, mas condenou-o à danação eterna porque ele tinha aconselhado o príncipe Henrique a revoltar-se contra o seu pai, o rei Henrique II, e como de Born fomentou a separação entre pai e filho e os converteu em inimigos, o engenhoso castigo de Dante consistiu em separar o poeta de si mesmo. Daí o corpo decapitado que chora a sua sorte enquanto caminha pelas regiões infernais e que pergunta ao viajante florentino se haverá algum sofrimento mais terrível do que o seu.
Quando ele se apresentou como Rudolf Born, é óbvio que pensei imediatamente no poeta. Alguma relação com Bertran?, perguntei.
Ah, retorquiu ele, essa infeliz criatura decapitada. Talvez, mas não me parece provável. Falta-me o de. É preciso ser-se nobre para se ter o de, e a triste verdade é que eu serei tudo menos nobre.
Não me lembro minimamente das razões que me terão levado àquele local. Imagino que algum amigo me terá pedido que o acompanhasse, mas não faço a menor ideia de quem poderá ter sido: há muito que tal pormenor se evaporou da minha mente. Nem sequer consigo lembrar-me do sítio onde decorria a festa – no centro ou numa zona residencial, mais para norte ou mais para sul, num apartamento ou num loft. Aliás, para começar, nem sequer faço ideia das razões que me terão levado a aceitar tal convite, tanto mais que, na altura, tinha tendência a evitar todo o tipo de reuniões mais concorridas: o alarido palrador das multidões não me atraía rigorosamente nada, e a timidez que me assaltava na presença de pessoas desconhecidas deixava-me constrangido. Porém, naquela noite, inexplicavelmente, respondi que sim, de modo que lá fui eu com o meu amigo esquecido para o sítio, fosse ele qual fosse, para onde me quis levar.
“Invisível é provavelmente o melhor romance de Paul Auster até à data.”
Kirkus Reviews
Sinuosamente construído em quatro partes entrecruzadas, o décimo quinto romance de Paul Auster começa
Três narradores contam uma história que se desloca no tempo, de
Invisível está carregado de austerismos: não um mas dois escritores, uma mulher enigmática, um pai ausente, várias cenas passadas em Paris e um mistério que atravessa quatro décadas.
Podem ler a crítica do Financial Times a Invisível, de Paul Auster, aqui.
E, então, como é que Auster se saiu?
Veja a resposta aqui, na crítica do The Sunday Times a Invisível, de Paul Auster, publicada ontem.