Segunda-feira, 23 de Novembro de 2009

Apesar de todas as suas manobras pór-modernas, Paul Auster é o menos irónico dos escritores contemporâneos.
Pode ler a crítica da The New Yorker, da edição de 30 de Novembro, a Invisível, de Paul Auster, aqui.
De
amc a 4 de Dezembro de 2009 às 12:19
Este artigo de Wood é provavelmente a maior zurzidela que Auster, nestes últimos anos, levou de um crítico.
Wood é arrasador. Já sabemos das suas inclinações anti-pós-modernismo, mas ele chega a afirmar que Auster nem é realista nem pós-modernista, e que o seu ponto mais débil é a sua prosa, cheia de clichés sem utilidade (para Wood há-os com utilidade na prosa de Amis, DeLillo, Beckett, etc. Não há pior forma de se criticar um autor.
Desde o Reader's Manifesto de B.R. Myers de 2001, que não via tamanha sova em Auster, a não ser em recensões esporádicas, como a de uma sujeita no Guardian a propósito de Viagens no Scriptorium, cujo nome esqueci.
James Wood é um dos críticos literários mais respeitados no mundo das letras. Mas, ultimamente tem enveredado por caminhos ínvios que poderão manietá-lo no futuro. Ele ainda é bastante novo para ser tão assertivo e inflexível.
Bom, só me resta enviar-te um abraço austeriano,
André
PS - Ando há que tempos para escrever qualquer coisinha sobre Invisível. Mas falta-me tempo, quando ele existe não sei por onde começar... Talvez não fale do romance em si mas da obra em geral. O romance é assombroso.
Este artigo de James Wood veio um pouco contracorrente, já que foi publicada numa altura em que a crítica é quase unânime no elogio a Invisível (um romance que mostra, de facto, um Auster em grande forma). É curioso que este artigo acabou por se virar contra o próprio crítico, tanto pelo que pude ver pelas reacções no Twitter como pelo que alguns jornais publicaram. Mas, é claro, quem não gosta de Paul Auster deve ter festejado...
Boa sorte para o teu próprio artigo. E espero que tenha a tua permissão para publicar uma parte dele.
Abraços,
Miguel
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