O histórico caderno azul da Firmo está de volta. Imortalizado por Paul Auster em A Noite do Oráculo, o Blue Note ressurge mais moderno, mas mantendo a imagem clássica que o celebrizou, e será relançado na Paperworld, que decorre em Frankfurt, na Alemanha, de 28 a 31 de janeiro
“A origem do Blue Note remonta aos cadernos comerciais tradicionais: livros de atas, livros de contabilidade, livro de contas a receber, etc., que ainda hoje continuam a ser comercializados com o mesmo aspeto visual e a ter uma procura razoável, nomeadamente por parte das empresas”, disse Rui Carvalho, administrador executivo da Firmo e neto do fundador da empresa, ao site Praça.
Foi recentemente publicado no México uma análise da obra narrativa e ensaística de Paul Auster, da autoria da escritora Ivonne Saed, intitulada Paul Auster: autoría, distopía y textualidad.
Segundo a autora, a obra de Paul Auster centra-se em três aspectos: o conceito de autoria e a sua relação com a solidão; a distopia da esperança e a utopia ultrapassada; e a cidade como metáfora do Génesis e elemento indispensável da narrativa de Auster.
Para abordar estes temas, Ivonne Saed examinou principalmente os três romances que, em seu entender, melhor englobam as preocupações do autor com o presente.
Em Inventar a Solidão, Auster parte de uma fotografia para desconstruir a memória e o duelo perante a morte por intermédio da reescrita do eu.
E, finalmente, Cidade de Vidro, na qual pega no mito babilónico para falar de memória e do duelo como geradores de vida, assim como desse grande texto por decifrar que é a cidade como conceito.
Uma constante da narrativa de Auster é o facto de, desde as primeiras linhas, o leitor ficar entrelaçado num enredo que, no entanto, ainda está por contar. E com algumas palavras, antecipa um desenlace.
Ivonne Saed tem vindo a realçar, desde há alguns anos, em artigos publicados no México, que a premissa fundamental do trabalho criativo de Paul Auster se pode resumir a uma frase que o próprio escreveu quando tinha dezanove anos: “The world is in my head. My body is in the world.”
A obra de ficção de Paul Auster não pode ser estudada sem se analisar pormenorizadamente os seus ensaios, escritos segundo as mesmas chaves narrativas dos seus romances: Homem na Escuridão, Leviathan, A Música do Acaso, Mr. Vertigo e A Noite do Oráculo, entre outros.
Para o escritor norte-americano, escrever é um exercício necessário para unir os fios de coincidências que inundam o quotidiano. A sua condição de autor não pode ser separada da do ser humano comum.
As suas obsessões literárias andam à volta do acaso, da memória, Nova Iorque como cidade babilónica, mas também da necessidade de comer para escrever e escrever para comer.
(Texto escrito a partir de um artigo publicado no El Universal)
Leia a crítica de Fernando Sobral a A Noite do Oráculo, de Paul Auster, publicada em 2004 no Jornal de Negócios, aqui.
Leia a crítica de Joel Neto a A Noite do Oráculo, de Paul Auster, publicada em 2004 na Grande Reportagem, aqui.
Leia a crítica de Isabel Lucas a A Noite do Oráculo, de Paul Auster, publicada em 2004 no Diário Económico, aqui.
Leia a crítica de António Carvalho a A Noite do Oráculo, de Paul Auster, publicada em 2004 no Diário de Notícias, aqui.
Leia a crítica de Paula Macedo a A Noite do Oráculo, de Paul Auster, publicada em 2004
No dia 18 de Setembro de 1982, o escritor Sidney Orr entra numa papelaria de Brooklyn e compra um bloco de notas azul de fabrico português. Nos nove dias que se seguem, Sidney vai viver sob a influência do livro em branco, preso num universo de arrepiantes premonições e de acontecimentos desconcertantes, que ameaçam destruir o seu casamento e minar a sua confiança na realidade.
Porque é que a sua mulher começa a comportar-se de uma forma tão desconcertante pouco depois de ele ter começado a escrever no bloco de notas? Porque é que o dono da papelaria encerra precipitadamente o estabelecimento no dia seguinte? Qual é a ligação entre uma lista telefónica polaca, de 1938, e um romance perdido cujo protagonista consegue adivinhar o futuro?
Quando é que a animosidade explode e passa a violência? Até que ponto é que o perdão é a derradeira expressão do amor? Dúvidas e incertezas de simples seres humanos, a braços com as múltiplas e nebulosas esferas da vida quotidiana.
Romance hipnótico, reflexão sobre a natureza do tempo, e uma viagem pelo labirinto da imaginação de um homem, A Noite do Oráculo é um tour de force narrativo que confirma a reputação do autor como um dos mais arrojados e originais escritores da América dos nossos dias.
“A Noite do Oráculo é um triunfo para Auster, consolidando a sua crescente reputação como uma das mais inventivas e originais vozes da América.”
The Seattle Times
“Uma pérola para os leitores…”
The Economist
“Formidável… Uma obra envolvente e fascinante.”
Spectator
“Lê-se de um fôlego. Como se engana Auster quando diz que o mundo não precisa dos seus livros…”
A Capital
“Auster continua a espantar-nos.”
Diário de Notícias
“Paul Auster no seu melhor.”
Visão
“Uma grande obra… Entre o silêncio, o acaso e as palavras, Auster traça as fronteiras da vida dos seres humanos. E é por isso que é fundamental lê-lo.”
Jornal de Negócios