“Brilhante… Provavelmente o melhor romance de Paul Auster, um doloroso somatório de todos os seus livros.”
Kirkus Reviews
E se a América não estivesse em guerra com o Iraque mas consigo própria? Nesta América, as Torres Gémeas não caíram e as eleições presidenciais de 2000 conduziram à secessão, com estado após estado a abandonar a união e uma sangrenta guerra civil a instalar-se. Este mundo paralelo é criado pela mente e coração perturbados de August Brill, um crítico literário vítima de insónias. Com 72 anos, Brill está a recuperar de um acidente de viação em casa da filha e, para afastar recordações que preferia esquecer – a morte da mulher e o violento assassinato do namorado da neta –, conta histórias a si próprio. Gradualmente, o que Brill tenta desesperadamente impedir insisteem ser contado. Coma neta a juntar-se-lhe de madrugada, ele arranja finalmente coragem para revisitar os seus piores dramas.
Chocante e apaixonante, Homem na Escuridão é o exemplar romance do nosso tempo, um livro que nos obriga a confrontar a escuridão da noite, celebrando a existência das pequenas alegrias do dia-a-dia num mundo capaz da mais grotesca violência.
Pela primeira vez desde a sua criação em 1996, um casal de escritores – Siri Hustvedt, com Elegia para um Americano, e Paul Auster, com Homem na Escuridão – foi nomeado para o International IMPAC Dublin Literary Award, anunciou hoje fonte do galardão.
Na lista, composta por 156 títulos, figuram também nomes como Chris Cleave (com The Other Hand, a editar pela ASA em 2010) e Hannah Tinti (com The Good Thief, que será publicado pela ASA em 2010), os portugueses José Saramago (com As Intermitências da Morte) e José Rodrigues dos Santos (com O Codex 632), e o angolano José Eduardo Agualusa (com As Mulheres do Meu Pai).
Este prémio nasceu de uma iniciativa entre a Câmara Municipal de Dublin e a empresa IMPAC para a criação de um concurso anual de âmbito internacional com o objectivo de promover a literatura de qualidade e de fomentar a tradução de livros, elegendo anualmente um trabalho de reconhecido mérito literário, com a colaboração de bibliotecas de todo o mundo.
O prémio tem um valor de 100 mil euros e os dez finalistas serão anunciados em Abril de 2010.
Entre os seus vencedores contam-se nomes como Hertha Müller, Michel Houellebecq, Orhan Pamuk, Colm Tóibín e Michael Thomas, em 2009.
Mais informações sobre o galardão em www.impacdublinaward.ie.
Foi recentemente publicado no México uma análise da obra narrativa e ensaística de Paul Auster, da autoria da escritora Ivonne Saed, intitulada Paul Auster: autoría, distopía y textualidad.
Segundo a autora, a obra de Paul Auster centra-se em três aspectos: o conceito de autoria e a sua relação com a solidão; a distopia da esperança e a utopia ultrapassada; e a cidade como metáfora do Génesis e elemento indispensável da narrativa de Auster.
Para abordar estes temas, Ivonne Saed examinou principalmente os três romances que, em seu entender, melhor englobam as preocupações do autor com o presente.
Em Inventar a Solidão, Auster parte de uma fotografia para desconstruir a memória e o duelo perante a morte por intermédio da reescrita do eu.
E, finalmente, Cidade de Vidro, na qual pega no mito babilónico para falar de memória e do duelo como geradores de vida, assim como desse grande texto por decifrar que é a cidade como conceito.
Uma constante da narrativa de Auster é o facto de, desde as primeiras linhas, o leitor ficar entrelaçado num enredo que, no entanto, ainda está por contar. E com algumas palavras, antecipa um desenlace.
Ivonne Saed tem vindo a realçar, desde há alguns anos, em artigos publicados no México, que a premissa fundamental do trabalho criativo de Paul Auster se pode resumir a uma frase que o próprio escreveu quando tinha dezanove anos: “The world is in my head. My body is in the world.”
A obra de ficção de Paul Auster não pode ser estudada sem se analisar pormenorizadamente os seus ensaios, escritos segundo as mesmas chaves narrativas dos seus romances: Homem na Escuridão, Leviathan, A Música do Acaso, Mr. Vertigo e A Noite do Oráculo, entre outros.
Para o escritor norte-americano, escrever é um exercício necessário para unir os fios de coincidências que inundam o quotidiano. A sua condição de autor não pode ser separada da do ser humano comum.
As suas obsessões literárias andam à volta do acaso, da memória, Nova Iorque como cidade babilónica, mas também da necessidade de comer para escrever e escrever para comer.
(Texto escrito a partir de um artigo publicado no El Universal)
Homem na Escuridão, de Paul Auster, é um dos dez finalistas do Prémio Cunhambebe de Literatura Estrangeira, que pretende distinguir uma obra de ficção estrangeira contemporânea publicada no Brasil em 2008.
Segundo a organização do galardão, "Até a criação deste projeto, não havia no Brasil nenhum prêmio que contemplasse os melhores livros estrangeiros. Eis um grande paradoxo no país da literatura 'antropofágica'. Com efeito, da mesma forma que os índios canibais consideravam que devorar alguém – de preferência de outra tribo – lhes permitia incorporar suas qualidades, a cultura brasileira, na definição de Oswald de Andrade, se nutre das influências externas, apropriando-se de seus elementos essenciais. Por esse motivo, resolve-se homenagear Cunhambebe, o poderoso chefe tupinambá, considerado o maior canibal de que se tem notícia no Brasil. Contemporâneo do início da colonização européia, ele deve ter vislumbrado na chegada desses estrangeiros não uma ameaça mas sim uma oportunidade inesperada de experimentar novos 'sabores'. Sendo assim, de acordo com a 'filosofia' antropofágica, procurou aproveitar o melhor do outro!"
O vencedor será anunciado durante o mês de Outubro. A obra As Benevolentes, de Jonathan Littell, venceu a edição anterior deste prémio.
Mais informações sobre o Prémio Cunhambebe de Literatura Estrangeira aqui.
Para ler a entrevista do actor Miguel Guilherme ao diário i aqui.
Os escritores Paul Auster e Siri Hustvedt captam a alma e a psique da América nos seus romances. Ambos falaram, na casa deles, no Brooklyn, com o jornalista John Freeman sobre vida familiar, literatura, arte, psicologia e Elegia para um Americano e Homem na Escuridão, entre outros temas, num artigo que foi publicado em diversos jornais, um pouco por todo o mundo.
Para ler aqui.
Fotos da sessão de leitura de Homem na Escuridão (Uomo nel buio), de Paul Auster, por Anna Bonaiuto. O evento teve lugar na segunda-feira, no Convento di San Francesco, em Pordenone, durante o Festival Dedica a Paul Auster.
© Luca d’Agostino / Phocus Agency
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